15 novembro 2009

Saudades do Império


Na minha família a extrema-direita e a extrema-esquerda, os monárquicos e os republicanos, os maçons e os católicos sempre conviveram sem problemas de maior. Aquilo que politica e eticamente nos podia separar foi, graças a Deus e uma enorme dose de bom-senso, sempre infinitamente menor do que aquilo que, verdadeiramente, sempre nos uniu.

A nossa casa de família sempre foi, por isso, um ponto de encontro onde a democracia chegou muito antes de 1974. Porque, dentro de portas, tudo se discutia e tudo se falava. Com elevação e argumentos válidos de ambas as partes mas, acima de tudo, com um enorme respeito.

Ainda hoje, visitar esta casa é sinónimo de reviver a História. Cresci com cartazes políticos, documentos históricos, livros outrora proibidos. Recentemente, deparei-me com alguns cartazes de propaganda do tempo do Estado Novo e a tentação de fazer um quadro foi, naturalmente, irresistível.

As imagens aqui reproduzidas são, naturalmente, cópias, mas os mais velhos lembrar-se-ão certamente da mais pequena: Portugal não é um País pequeno, dizia Salazar, e mostrava que o nosso Portugal pluricontinental, se estivesse na Europa, ultrapassava a Itália.

Chamei-lhe, obviamente, "Saudades do Império", numa tela acrílica, onde as imagens foram coladas e receberam um "banho" de tinta transparente acrílica com areia, que lhe dá o aspecto brilhante que, ao vivo se vê.

Deixo aqui a imagem para vossa apreciação, com a promessa de que, para breve, haverá um segundo "Saudades do Império", desta vez, com a temática comunista.

Este quadro ESTÁ disponível.